Eu acredito e já diz a canção...


Acredito que devemos lutar pelas pessoas que amamos e não desistirmos delas tão facilmente ou entregá-las à sorte. Acredito que mais doloroso que o sentimento de fracasso pela não realização do amor é mesmo a constatação de que tudo em nossa vida costuma seguir aquele vício do interminável, a obra não acabada, os projetos pela metade... Sei que nem sempre depende de nós! As coisas não são tão simples, porque as pessoas são diferentes, complexas, aliás, o outro é sempre “outro”, não uma cópia de nós mesmos. Mas acredito também que alguns projetos na nossa vida precisam ser abandonados, e não precisamos de cálculos para isso. Não vale a pena sustentar situações que vão contra o amor, contra a nossa própria dignidade e felicidade. Não falo de quem rejeita a qualquer custo a cruz, o sofrimento, as provas e purificações do amor, mas falo de convivências doentias, ainda que estejam sob o peso e a seriedade jurídica, inclusive divina, pois já diz a canção: “Não basta o compromisso, vale mais o coração!”. Somos chamados ao perdão, àquela sempre disposição para inserir a quem amamos e com quem desejamos conviver, no mistério da esperança que sempre nos faz acreditar que os outros possam mudar, que a ingratidão se deixe conquistar pela gratidão e a indiferença pela conquista. No entanto, eu sei, eu acredito, não devemos viver numa ingenuidade que também fira o amor. Nada disso é fácil porque o amor e relação não são “poesias”, só sabe bem quem ama, quem está dentro de tal contexto. A natureza é mesmo uma escola: a criança nasce e precisa chorar! O casulo nos ensina que existe o momento certo em que o êxodo significa vida, felicidade, ainda que não seja fácil deixar as seguranças. 

Ant. Marcos – maio de 2010

Um comentário:

  1. Ah caro amigo, as vezes eu paro e digo que acredito e outras eu já não acredito em nada. Tão complexo... E ver se perdendo aqueles a quem amamos sem mais acreditar ou ter nenhuma esperança... de que possa mudar, voltar a ser quem era, deixar o barco da ilusão que o fez navegar para longe do cais. Fico a olhar a embarcação e não mais a vejo, foi-se para além, distante do porto que antes servia... e nem mais saber se de Deus ela ainda fala, vive e quer aprender...

    ResponderExcluir