Nunca desistir de si mesmo...


As palavras do jogador Adriano (numa entrevista em um programa esportivo na TV aberta, domingo, 18 de setembro de 2011) muito me fizeram processar no coração algumas coisas, exatamente por identificar-me com as afirmações motivadoras e esperançosas do atleta, sobretudo no tocante à superação dos desafios que o tentaram a desistir dos seus sonhos. Depois de um longo período se recuperando de uma grave lesão no tendão de Aquiles, Adriano disse que “não é fácil dar a volta por cima” e que “quando pensou em desistir, as pessoas que o amavam não aceitaram tal decisão e reagiram motivando-o a seguir adiante”. São os verdadeiros amigos, aqueles que permanecem do seu lado, faça sol ou faça chuva.  Percebi que o atleta sente o desafio de aprender a conviver com o descrédito e a desconfiança dos que conhecem suas quedas de ontem. Essas pessoas geralmente não apostam nas mudanças, mas torcem pelo pior. São os que se alimentam das desgraças dos outros. Nesse sentido é preciso “ter cuidado com certas amizades”, afirmou Adriano. Elas inicialmente se mostram confiáveis e do seu lado, mas logo se tornam inimigas quando você não vai bem, quando erra, quando precisa de apoio. Não obstante essas realidades, admirável é a força interior e motivacional do atleta a quem foi dado o apelido de “imperador”. Ele mesmo o interpreta num outro sentido: “Sou um guerreiro! Superei tantas coisas na minha história e não é agora que eu vou desistir. Na verdade vou conseguir me superar porque sei da minha capacidade!”. Parabéns ao atleta Adriano pela superação, pela esperança do recomeço!. Certamente cada um de nós, de um uma forma ou de outra, já teve o seu “tendão de Aquiles” rompido e foi difícil se manter de pé. Necessário foi o tempo paciente da recuperação, ainda que tentador e humilhante, mas o importante é nunca desistir, nunca perder a esperança em si mesmo. Falo como um homem de fé: necessário é deixar a misericórdia de Deus ligar o que foi rompido pelo pecado. “Basta-te a minha graça”, diz o Senhor em sua Palavra! “Aquele que é fraco, diga: Sou um guerreiro!” (Joel 4, 10).

Ant. Marcos

As folhas do chão vão me indicar...




“Com meus próprios olhos / Eu tento te enxergar
Regando os meus dias / Sem medo de errar
Fraco e cansado eu busco acertar
O vento me trouxe / Sons de outro lugar
lembranças distantes/ Que me fazem te encontrar
Sabe de tudo, não quero esperar / A minha vida, me ajude a cultivar
Há sempre uma escolha
Há sempre um caminho que as folhas do chão vão me indicar
Que saem dos meus sonhos, do simples desejo
Que tive a vida toda de te encontrar (...)”
(Trechos da Música “Folhas ao chão” –U2 / Rosa de Saron)

Com meus próprios olhos eu tento te enxergar..., não se trata prepotência, Senhor, mas como quem sabe que preciso hoje, mais do que nunca, também querer, também desejar, também escolher, não obstante minha fraqueza. E o faço sem medo de errar, porque aprendo que o erro não é o meu fim e que o cansaço não pode me impedir de desejar e tentar outra vez acertar. O vento me trouxe, o vento me leva. Eu preciso desse “Sopro”... “Sons, ruído que vem não sei de onde e nem para onde vai”, mas sei que tem força, que anima e revigora, que dá nova vida. As lembranças, mesmo distantes, elas não foram e nem podem ser destruídas, pois me ajudam a Te encontrar. Então, ajude-me, Senhor, ajude-me a cultivar minha vida, pois Tu sabes que não quero esperar... Não quero esperar pelo ontem, pelas incertezas, pois eu sei, eu creio que há sempre uma escolha, há sempre um caminho. Sou um homem de fé. E essas folhas, ah, essas folhas... Que bom, elas indicam que nunca deixei de desejar Te encontrar, são testemunhas... Há sempre uma escolha, há sempre um caminho!

Ant. Marcos