Vivendo muito ou vivendo pouco...


A notícia do falecimento por atropelamento das duas irmãs da CA Shalom de Natal, no último sábado, 28 de maio, foi mesmo uma dor não somente para aquela Missão, mas para todo o corpo da Comunidade, para aqueles que amam a Vocação Shalom. A notícia da morte dos que conhecemos e amamos é sempre algo difícil de encarar. Aceitar é preciso, mas não é possível sem dor, sem lágrimas, sem algumas perguntas e sem aquele silêncio que nos faz pensar também na brevidade da nossa vida, na “surpresa” com que chega a partida para junto do Pai. Soube por mensagem telefônica na tarde do Domingo através de minha amiga Ollga (CA de Natal). Inclusive, eram suas irmãs de Célula, ou seja, daquele pequeno núcleo que se reúne toda semana para rezar e viver a formação do Carisma, uma célula da grande família, uma experiência de convivência fraterna e de amizade. Os membros da Célula de Gorete e Marluce, depois de suas famílias biológicas e amigos íntimos, certamente, são os mais sofridos, porque estavam mais perto na vivência das dores e alegrias de suas irmãs. Tão logo soube me pus a rezar pelo consolo de todos os que as amavam e a pedir que Deus conceda-lhes o céu. É para o céu que queremos ir, vivendo muito ou vivendo pouco. “Seja-nos tirado tudo, Senhor, mas não permita que morramos longe do teu amor, porque o teu amor em nós já é, podemos assim dizer, a antecipação do céu”. A luz da fé e a Eucaristia não operam isso nas nossas vidas? Sim! E que mistério: nossas irmãs tinham acabado de sair da Santa Missa e provavelmente tinham recebido o Corpo e o Sangue de Jesus.  Diz o Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54-55). Estava neste dia lendo e rezando com a monografia que traz o tema “A Ressurreição de Cristo” do amigo Diácono Paulo André, Consagrado na CV Shalom, falecido em 2004 em acidente de ônibus quando voltava de Aracaju, e um trecho do texto diz: “A vida humana encontra pleno sentido quando alcançada pela luz do Ressuscitado”. Nós cremos que as vidas de nossas irmãs foram alcançadas por esta luz, e por isso rezamos para que esta mesma luz as introduza na claridade definitiva, no esplendor e gozo indecifrável do rosto de Deus: “É a tua face, Senhor, que procuramos!” (Sl 27,8). 
Ant. Marcos – 30 de maio de 2011

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