Paciência, espera...


Parte significativa de mim, os pincéis de minha vida nem sempre me foram acessíveis e até desapareceram. Quem os pegou? Mas quando os achei, não tinha vontade de pintar, não achava as tintas. Onde outra vez pintar sem que o vento e a poeira prejudiquem a obra, sem que os olhares curiosos apressem conclusões acerca da arte? O quadro está posto, a tela pede óleo, sensibilidade do coração, percepção da visão, contorno, equilíbrio, paciência, espera... Os pincéis, os meus pincéis... Mas estou com sono, embora seja dia. É que ontem o ofício dos filósofos me roubou a disposição do descanso, era noite adiantada e o coração, o coração... Hoje, sim, hoje eu acordei e corri até o lugar de ontem e, pra minha surpresa, descobri que a obra de arte não está parada, mas sendo concluída, não obstante meus pincéis, meus pincéis... Aliás, está ficando muito bonita, eu a vejo, eu a vejo, ainda que somente eu, melhor dizendo, Nós. 
Ant. Marcos - 11 de maio de 2011 

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