Deixe-as livres...


Eu compreendo perfeitamente que as nossas vidas precisam e devem seguir. Compreendo que na dinâmica das relações com aqueles que amamos nem sempre conseguimos permanecer tão próximos, tão participativos..., tudo bem! Porém, às vezes, sinceramente, não compreendo o fato de que o processo de "descarte" seja tão sensível em certas relações. Faço apenas uma constatação!

E quando faço esta observação não estou simplesmente olhando os outros, suas ações, mas as minhas, primeiramente. Tem gente que precisa mesmo "passar de nossas vidas”, continuarem seus rumos, suas procuras, e não mais compartilhar de nossos interesses, sonhos e ideais. Já outras pessoas despertam em nós um desejo profundo de uma "simbiose existencial". Pessoas que não estão por perto, mas que são tão significativas para nós. Pessoas que não podem ser acusadas de "não saberem cultivar" a relação de amizade, porque não se trata de indiferença. Quando falo em cultivo da amizade, eu sei, eu sinto, eu necessito reaprender a cultivar as minhas.

No entanto, apesar de minhas omissões, minhas constatações são salutares, não são desprezíveis... “Não segure as pessoas para si”, dizia-me um amigo. “Deixe-as livres! Apenas cuide de plantar nelas as sementes do bem. Se elas não voltam não tem problema, elas precisam seguir... Apenas continue fazendo da sua vida uma ação concreta de plantar a semente do amor”.

No caminho existirão outros encontros, nós o sabemos! Haverá sempre outras descobertas tão maravilhosas e surpreendentes. O hoje se constitui de sementes que devem ser lançadas e, quem sabe um dia, com as novas árvores crescidas, os pássaros que se foram possam vir buscar abrigo.

Ant. Marcos

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