Amigo, reze pelos meus...

Cada um de nós tem, de alguma forma, um espinho que dói em nossa carne e alma dentro da família. Falo dos desafios que nos sobrevêm da própria condição humana, do que lhe é inerente por ser falível e fadada aos condicionamentos da educação, mas também das experiências pessoais, dos desafios, dos erros, perdas e sofrimentos, do ambiente, da condição social, da história, embora não se deva transformar tudo isso num determinismo de vida, muito menos conformismo. O fato é que “choramos por nós e por nossos filhos”, choramos pelos nossos parentes, pelos que amamos e estamos ligados pelos laços sanguíneos e de amor, como pediu Jesus às mulheres, quando por Ele derramavam lágrimas de sofrimento no caminho, enquanto carregava a pesada cruz e era vítima dos açoites dos bárbaros soldados romanos. As palavras de Jesus são sempre muito simples e ao mesmo tempo muito profundas. Jesus sabia perfeitamente a dor do coração de sua querida Mãe ao vê-Lo naquele mar de violência e sangue. Jesus experimentou – segundo os biblistas – a dor da perda de seu pai adotivo, como também chorou por seu amigo Lázaro e pelos seus irmãos Israelitas, diz a Palavra de Deus. Jesus era verdadeiramente Deus e Homem. Amou e sofreu. Pois bem, quando os nossos sofrem a gente também sofre. Quem de nós nunca disse para Deus: “Senhor, dê felicidade aos meus, ainda que eu seja infeliz?” São momentos de angústia e conflitantes, especialmente quando nos encontramos na busca do que é santo e digno, mas não temos como evitar que nós mesmos, nossa família e amigos sejamos privados da dor. Ela é tão misteriosa quanto à vida. A única coisa que sabemos é que a vida triunfará e não haverá mais choro e dor. Ajude-nos, Senhor, a não nos perdermos no emaranhado das situações aparentemente sem saída. A Tua luz é a nossa luz! Não queremos entender tudo, queremos estar contigo na hora da alegria e da adversidade. Tudo passa, diria Santa Teresa de Ávila. Queremos ser homens e mulheres de fé. Escrevo isto rezando e pensando nos meus, mas também pensando naqueles que me disseram nesses dias: amigo, reze pelos meus, reze por mim!
Ant. Marcos 

Um comentário:

  1. É bem assim, tomamos as dores de quem amamos e assumiríamos sim as mesmas para que o outro pudesse ser feliz. Esse é o melhor dos amores, aquele que seria capaz de dar a vida por seus amigos, por sua família, etc. Esses dias li algo interessante, que falava de como nos relacionamos com as pessoas e assim podemos dividir um pouco do nosso fardo. É isto que fazemos quando ajudamos e rezamos, dividimos as dores e fica mais fácil de suportar por menor que seja este apoio. Estar sozinho ou pensar que poderíamos suportar tudo sozinho seria como estar cego e não ter a noção do está a nossa volta, não poder saber onde encontrar um apoio. Feliz de quem tem um amigo e pode assim dividir, além das alegrias, as tristezas que vez ou outra pairam em nosso ser e que nos apontam o caminho, nos mostram Deus, devolvendo-nos a esperança.
    Abraço.

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