Descansar, esperar, sair...


A volta que fiz desta vez foi ao “Velho e o Mar” e ali, naquelas páginas vivas, naquela odisséia tão concreta e tão atual está um pouco e muito de minha vida. Um barquinho em alto mar... um velho, dois remos, o leme e o pequeno martelo. Para onde iremos? A pergunta não é ao vento, mas ao meu coração e ao “instinto do tubarão”. Um depende do outro. Ora penso que o peguei, ora penso que ele me fisgou. “Meu amigo tubarão”, ele não pode saber que o velho está cansado por dentro, mas que continuará lutando, porque “destruição é uma coisa, derrota é outra”. “Mas eu preciso pensar”, digo como o velho. “É tudo o que me resta!”. Sim, quando os livros silenciam, quando o céu está com muitas nuvens e o mar agitado, quando nenhum amigo veio comigo e tenho um grande desafio a superar, então tenho que pensar, “não naquilo que não se tem, mas, antes, no que fazer com aquilo que se tem”. Eu tenho um barquinho..., estou longe, mas orientado; sei a direção, conheço a solidão, mas não me desfiz da criatividade, muito menos da esperança. Que loucura meu velho, você é tão feliz e não sabia! Tua primorosa isca, obra gigantesca, perdera-a para alimentar famintos outros tubarões... Tua única preocupação deve ser com a direção... Vento, tu és um bom amigo. Aliás, um bom amigo esperando é o melhor que quero encontrar. Depois descansar, esperar passar a brisa forte e sair para pescar outra vez, mas agora juntos..., juntos... Meu Velho, você é feliz, não esqueça isto!
Ant. Marcos

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