Ontem fui criança que aprendi a amar o papa...

O papa João Paulo II entrou na minha vida bem cedo. Antes de contar minha experiência de encontro com ele, quero lembrar primeiramente e com alegria que a maneira feliz com que associávamos a imagem do papa às nossas vidas – nas gerações anteriores - era algo muito comum, presente desde a infância no imaginário das crianças de famílias católicas. Já na catequese aprendíamos a amar o papa como aquele que “representava Jesus Cristo”; o papa era visto como um homem santo, sagrado, que provocava em nós muito respeito e devoção. Aquele “vestido” branco do papa era algo bonito de ver, pois nos emocionava. Os pais ensinavam bem cedo às crianças que devíamos rezar pelo papa porque ele era pai, pastor maior do rebanho de Deus. Embora não entendêssemos muito, o fato é que o amávamos de verdade, como filhos. Tratava-se de um verdadeiro mistério de amor. Claro, tudo isso passou a fazer parte com mais intensidade de nosso país e cultura cristã católica depois que João Paulo II (eleito em 1978) veio ao Brasil (1980), o primeiro Sumo Pontífice em terras brasileiras. Ainda me lembro que as casas dos católicos eram sempre adornadas com uma foto do papa na varanda ou na sala. A casa mais humilde tinha sempre uma foto do papa. Quem já teve a oportunidade de ler os “Escritos” da Comunidade Católica Shalom, pode lembrar que no Histórico sobre a fundação, enquanto se procurava a Casa, foi exatamente a foto do papa João Paulo II na varanda de uma delas que fez com que aqueles jovens (entre eles o Moysés Azevedo), lessem como sinal de Deus de que era aquela casa. Uma ingenuidade da qual Deus se utilizava para manifestar seus prodígios, sua vontade. Não vejo isso como saudosismo, mas como lembrança cristã importante, inclusive, gestos e sentimentos que deveriam retornar entre nós católicos, entre as famílias e na educação das crianças. Como é belo ter vivido tudo isso na minha vida. Ontem fui criança que aprendi a amar o papa e hoje o vejo “posto aos altares” como modelo para a nossa caminhada cristã, sendo proclamado beato. Ainda que não fosse uma declaração oficial, aquele amor e respeito que aprendi a ter pelo papa já me convenciam de que era um homem que resplandecia santidade. Não estava errado. De fato, era um homem de Deus! 

Ant. Marcos - Páscoa de 2011

0 comentários:

Postar um comentário