Amigo, a que vieste?

É chegada a hora. O tempo de dormir e descansar chegou ao término. Jesus diz aos discípulos: “Eis que chegou a hora e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Aquele que me vai trair, já está chegando” (Mt 26, 44-46). O texto das Escrituras é muito claro: Jesus tinha consciência de que seria traído. A hora do pesadelo se aproximava. Não penso que essa consciência tenha sido algo pronto, embora Jesus fosse Deus, mas que sua intimidade com o Pai o preparou para os algozes, inclusive para as traições dos homens, daqueles a quem amava. Jesus não fugiu da dor, porque sabia que ela tem sua dimensão redentora. Geralmente a dor e a traição, o abandono, a covardia, as injustiças e as mentiras que sofremos nos abatem, especialmente quando elas provêm de quem não esperávamos. Jesus encontrou forças no silêncio com Deus, ainda que não tenha tido a vigilância dos seus amigos nas horas que mais precisou. Só a oração e a confiança na graça de Deus nos fazem ter a mesma decisão de Jesus: ficar de fé e seguir adiante. Enfrentar as nossas dores, viver a nossa “paixão”, na certeza de que ela nos levará à Páscoa! Não acredito que eu não possa viver isso! Mas acredito que se eu não rezar e não confiar, jamais terei condições de olhar nos olhos e dizer na hora da prova: amigo... 
Ant. Marcos – Domingo de Ramos 2011

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