A vida me dá chance, ainda, para eu crescer...

Nos meus processos de resiliência..., recordo-me muito do gesto do Papa João Paulo II quando foi até o muro das lamentações, em Jerusalém, e ali, entre as fendas colocou aquele Documento chamado “Mea Culpa”, em nome de toda a Igreja. Vezes por outra este gesto me volta à mente e traz consigo significados pessoais profundos. Tenho ido às fendas do meu coração ultimamente e tentado ali colocar um “Mea Culpa” aos outros, aos que me feriram, libertando-os de minhas condenações, tornando-me também livre. No entanto, o mais importante “Mea Culpa” eu o concedo a mim mesmo, por me ver tentado a acreditar que a morte vencerá, o que não é verdade. Na verdade eu acredito, pela fé, que a vida vai triunfar, que as coisas não acabam na morte. Diz um teólogo brasileiro: “A vida me dá chance, ainda, para eu crescer, madurar, fazer sínteses”. A vida é floração, é continuidade. Nas fendas do meu coração contemplo uma vida que quer florescer, ainda que a morte, as perdas sejam uma ameaça. Minha alma suplica cada dia que Deus acolha o meu “Mea Culpa” e me faça penetrar na Sua fenda, pois a minha culpa caiu sobre o Senhor e Ele me salvou pela misericórdia. Então floresço, tal como disse Drumond: “Estou diluído dentro da natureza, floresço com os ipês”. Síntese sempre; jamais amargura! 
Amigo João Paulo II, obrigado pelo seu corajoso gesto de humildade. Interceda por mim!
Ant. Marcos - agosto de 2010.

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