Era muito fácil fazê-lo feliz!

Recebi nesses dias uma mensagem telefônica de uma pessoa muito querida da Bahia, Valéria Morais, através da qual me partilhou uma experiência muito forte e que me fez pensar algumas coisas sobre o exercício do amor ao outro, a convivência com quem se ama, a alegria do encontro, o mistério da brevidade da vida e a urgência de fazermos de cada instante um momento único para gerar felicidade, especialmente àquela, aquele que fora confiado pela providência divina para participar de nossa realização afetiva. Dizia o texto: “Hoje peguei o ônibus e encontrei uma amiga que há meses não a via. Perguntei-lhe o motivo de não estar mais indo à Igreja. Ela me respondeu que o namorado havia falecido e estava difícil sem ele. Tomei um susto! Não sabia da sua morte. Ela me relatou ainda dos momentos finais que passara com ele, o que até a fez sorrir na minha presença. E Confidenciou-me: ‘Era muito fácil fazê-lo feliz! ’” Inevitavelmente lembrei as “linhas literárias” de Adélia Prado: “A gente sai para pescar a dois, ainda que deteste pescar. Ah, e não se suporta o cheiro do peixe não cozido, mas se vai à cozinha e lá corre um vento gelado que acaba aquecido com o calor do nosso amor, com o nosso desejo e prazer de se estar ali, tão perto de quem se ama. O importante é estar perto, o resto é detalhe!” O amor é mesmo uma vocação, uma celebração, uma relação; o amor é entrega, é criatividade, é certeza de que ele tem sempre uma estreita ligação com o que tende a perdurar, ainda que o amante se vá. Não é difícil fazer o outro feliz! Não é difícil amar quando o amor em nós é autêntico, é vocação, é celebração! Ah, eu creio, a gente volta sempre - mais cedo ou mais tarde - para a Igreja, aliás, volta-se para Deus, pois o amor verdadeiro não pode vir de outro lugar, se não d’Ele. 

Ant. Marcos – março de 2011. 


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